Ainda se lembram como é que o PS ganhou as últimas eleições? Para aqueles a quem a memória começa a falhar, eu relembro.
O PSD ponderava portajar algumas SCUTS e o Sr. / Bacharel / Eng. José Sócrates atirou-se para a frente afirmando que não era necessário mexer nas SCUTS, nem nos impostos, nem em nada.
E ganhou! Claro!
Ora poucos meses volvidos, o mesmo José Sócrates afirmou que, para manter as SCUTS sem portagem, iria ter que subir os impostos sobre os combustíveis. Agora, ouvimos da própria secretária de Estado dos Transportes que se está a ponderar quais as SCUTS que vão ser portajadas. Atenção! Eles já decidiram que as vão portajar, só lhes resta saber quais! E como é que eles decidem quais as SCUTS a abater? Com um estudo, claro!
Tempos houve em que a Dra. Manuela Ferreira Leite era ministra das Finanças e as contas públicas estavam minimamente equilibradas. Nessa altura, não se falava ainda em crise e ponderava-se a construção da linha TGV.
Agora, em tempos de crise e com as finanças públicas em desalinho, publicamente o PS deu um passo atrás. Mas não façam confusões, da boca da mesma secretária de Estado dos Transportes vem-nos a notícia de que o projecto "não está parado". O PS está a "cumprir religiosamente o calendário". E estamos a falar de um investimento na ordem dos... 30 milhões de €
Temos uma linha alfa pendular que constituiu um investimento brutal e não está aproveitada a 100%. Temos o interior do país desertificado e sem vias. Não seria antes de terminar o IC 3, por exemplo?
Vai ajudar a solucionar o desemprego? De quem? A Dra. Manuela Ferreira Leite já o disse e muito bem. Os recém licenciados no desemprego não vão acartar ferro, ou vão?
Não vamos continuar a embarcar em megalomanias. Não somos e não temos de ser iguais aos maiores. Temos, isso sim, de crescer de forma sustentada. Alguns países são geograficamente tão grandes e tão ricos que justificam a enormidade do investimento. Não é o caso de Portugal! Portugal é um país pequeno e possui uma rede alfa pendular recente e que supre as necessidades de transporte ferroviário; tem uma costa com potencial pouco explorado; tem zonas férteis no interior a tornarem-se cada vez mais desertificadas; tem problemas muito mais prementes do que o TGV.
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