Perante este caso grave, a resposta da sociedade portuguesa é o silêncio. O cidadão comum há muito que deixou de confiar em quem o representa. E esta desconfiança resulta de factores conhecidos por todos nós. Promessas não cumpridas, nepotismo, falta de rumo e de rigor […] são alguns dos exemplos. Mas no essencial, o cidadão não confia em quem o representa, pois associa a classe política à mediocridade.
Uma mediocridade de ideias, de acção e de concretização. Mas porquê? Será que os eleitos não têm fundamento e capacidade? Ou será que a responsabilidade da presente situação deriva do actual estado dos partidos políticos?
Lembro-me de uma frase de Marcelo Rebelo de Sousa, em que o mesmo “aconselhava os jovens a irem para a política só depois de terem uma profissão”. E provavelmente o problema está aqui. Não com a maioria dos jovens, mas com quem nos governa. Seria interessante perceber e compreender a dependência que a classe política tem, face ao exercício de cargos públicos. O que seria o Sr. X se não fosse deputado? E a Sra. Y se não fosse vereadora? E por aí fora.
Na verdade, a dependência gera vulnerabilidades de variada ordem. E se estivermos a falar numa dependência económica, é fácil perceber como algumas pessoas poderão ficar premiáveis ou reféns de certos interesses ou grupos de pessoas com agenda própria. Julgo que é importante pensar e discutir este tema, numa altura em que Portugal não é mais do que um “Estado exíguo”, sem rumo, sem estratégia e ao sabor de um desígnio desconhecido, onde o mais capaz e o comum, vivem de costas voltadas para quem os representa. (via Psicolaranja)
Concordo inteiramente! Aliás, isso leva-nos a uma outra discussão, tão antiga como a política it self. Política: uma profissão ou um altruísta hobbie?!
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