quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dizem que os opostos se tocam


Para muitos é um conceito redutor, mas a importância e natureza sintética do nome atribuído a determinado partido político é indiscutível. O nome apela à natureza ideológica do grupo e encarna a sua matriz.

Assim, vemos que comunismo provém de comum; ou seja, o que é de todos (negando a propriedade privada). Mas, ao referir-se a TODOS, inclui o estrangeiro, negando fronteiras e pátrias. Surpreendeu-me, por isso, a mais recente abordagem patriótica, em clara contradição com os princípios internacionalistas de base.

Lembrei-me de imediato de um outro estranho conceito - o de nacional socialismo. Ora, o socialismo age de acordo - e é encarado como etapa - para o comunismo. Logo, podem ser vistos, neste contexto, como quase sinónimos. Em relação à dicotomia patriotismo/nacionalismo; creio que a semelhança é tal que escusa explicação.

Então, assustei-me! Normalmente, os militantes destas correntes costumam ser mais discretos. Mas, já que o não foram, não sejamos nós ingénuos. Afinal, é verdade! Parece que os extremos se tocam. Comunismo Patriótico = Nacional Socialismo

3 comentários:

  1. E faz muito bem a Helena em se assustar.
    A onda nacionalista dos comunistas aparece na luta contra o imperialismo. "Cá dentro mandamos nós".
    Semanas antes dos cartazes do PCP nos invadirem com o seu nacionalismo pude ver que no discurso de encerramento da Festa do Avante, que de todos vivas que foram dados, o Viva Portugal foi esquecido.
    Mas o imperialismo que é combatido por esta onda de nacionalismo é o imperialismo das medidas económicas impostas pela União Europeia e pela ameaça do FMI.
    Num país com a maioria da população empobrecida, com alto desemprego jovem e a aumentar em todas idades, sem esquecer os baixos rendimentos de quem trabalha.
    E de realçar o aumento das desigualdades entre os mais ricos e os mais pobres, não esquecendo que dificilmente os licenciados conseguem emprego nas áreas para que estudaram. Convém perguntar até quando os portugueses (pode ser lido por povo), vão assistir impavidamente a todas medidas que cada vez mais os penalizam.
    O Nacional Socialismo chegou ao poder na Alemanha como consequência directa das medidas penalizadoras do Tratado de Versalhes. Será que o FMI e o plano que nos vais impor não vai ter consequências semelhantes?

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  2. Gostei! É uma abordagem interessante e que merece ser reflectida. De lembrar, no entanto, que o tal fosso entre ricos e pobres ocorre pela destruição da burguesia, leia-se, classe média. Como Roland Barthes diria, tudo são jogos de palavras. Permite-se "classe média" e abomina-se "burguesia". No fundo, são sínónimos. A penalização da burguesia, pretendida pela esquerda, implica o empobrecimento do país. A grande diferença entre países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento é a existência de uma forte classe média; uma burguesia forte.

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  3. A Helena fala no cinzento mas só vê o preto e branco.
    Quem é a esquerda e quem é a direita? O que querem?
    O discurso da classe média forte está ultrapassado. O PPD/PSD arrisca a ir pelo caminho do PCP. Fecham-se tanto no seu interior e nas suas convicções que não vêem que o mundo lá fora avançou.

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