As eleições que se avizinham no Partido Social-Democrata são de índole mais ideológica que táctica.
Reflectindo sobre a situação política actual, duas conclusões se retiram.
Por um lado, o Partido Social Democrata surpreende pela quantidade e qualidade dos candidatos que se apresentam. Num país pulverizado de partidos que, ano após ano, apresentam os mesmos candidatos e as mesmas soluções, militar uma organização política que consegue produzir, em simultâneo, quatro alternativas credíveis, é motivo de orgulho. O mesmo não se passa, por exemplo, com o Partido Socialista que, apesar de todos os escândalos em que o secretário-geral se vê envolvido, chegando o congresso, todas as vozes se calam e a que não se cala, simplesmente não comparece.
Não tenho dúvidas que, seja quem for o vencedor das directas de 26 de Março, o PPD/PSD continuará a fazer-se representar por um líder forte, capaz para tomar as rédeas à situação crítica que o país atravessa.
Em segundo lugar e apesar da sua qualidade, os quatro candidatos distinguem-se claramente pela linha ideológica. A questão pode parecer obsoleta, mas não é! A linha ideológica que cada candidato segue, reflecte-se nas propostas que apresenta. Analisando com atenção os projectos de Paulo Rangel ou de Passos Coelho percebemos rapidamente isso.
Não vou especular se haverá espaço político para a criação de um partido liberal português. Não está em causa! O PPD/PSD foi fundado, seguiu até hoje e deverá continuar a seguir uma via Social-Democrata, reformista e nunca liberal. Por outro lado, a situação social e económica que Portugal atravessa exige um líder nacional forte que, com a máxima sensibilidade social, tome as medidas difíceis que permitirão ao país aproximar-se da média europeia a médio prazo.
O meu voto vai para Paulo Rangel!
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